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Como é que a Fundação Gates usa OKR

Se pensa que OKR só funciona para empresas, aqui tem a prova de que há outras organizações que podem se beneficiar desta metodologia de gestão por objetivos. Um bom exemplo é a forma como a Fundação Gates usa OKR para cumprir com seu propósito: “todos têm direito a uma vida saudável e produtiva”. 

O objetivo da fundação de Bill e Melinda Gates, que começou com um capital de 20 biliões, é promover o desenvolvimento e o progresso por todo o Mundo. Mas esse é um objetivo demasiado vasto sob qualquer concepção, e por isso a Fundação Gates precisa  escolher muito bem as diferentes iniciativas a que se quer dedicar. 

Quanto maior o desafio, mais imprescindível se torna mensurar o progresso – daí a importância dos key results. Por outro lado, como nem sempre falamos de condições sociais e políticas estáveis, é preciso encontrar espaço para fazer alterações. Em outras palavras: adaptabilidade. Também aí o framework OKR, com seus ciclos rápidos, se ajusta na perfeição à missão da Fundação Gates.

 

A Fundação Gates começa a usar OKR

A Fundação nasceu em 2000 pela mão de Bill e Melinda Gates, mas só começou a usar OKR em 2002. Em 2002, a estrutura da Fundação estava desorganizada. Havia um objetivo claro – mudar o mundo – mas, com um objetivo complexo e tão vasto, como é que podiam mensurar o progresso?  

Certamente, não era um exercício fácil. Exigia disciplina e um foco apurado. Bill e Melinda tinham (e têm) muitas esperanças em relação ao papel da tecnologia e da ciência no desenvolvimento. Então, foi por aí que tudo começou. Durante algum tempo a Fundação Gates usou uma métrica conhecida como Esperança de Vida Saudável, que os levou a concentrar-se em coisas como a taxa de vacinação, que tem um enorme impacto nos anos de vida produtiva, de vida com qualidade. De repente, com o OKR havia métricas concretas para o objetivo principal. 

Quando começaram com a fundação, o tempo que Bill Gates tinha disponível era limitado, pois ainda não havia abandonado a Microsoft. O framework OKR ajudou o casal Gates a sentir que estavam tomando as decisões corretas e que estavam no caminho certo. Os objetivos e os key results de cada investimento tinham de ser claros e explícitos. Ao mesmo tempo, procuraram objetivos realistas e exequíveis. Chegou ao ponto em que inclusive recusaram projetos por não apresentarem formas de serem acompanhados com key results. 

 

Como funciona o OKR na Fundação Gates?

A antiga CEO da Fundação Gates, Patti Stonesifer, realça que os OKRs permitiram à Fundação tornar-se ambiciosa e disciplinada ao mesmo tempo. A Fundação tem objetivos trimestrais e anuais aos quais faz corresponder key results. 

Quando os key results revelam que uma determinada meta não está sendo alcançada, o capital e os recursos são alocados para outros projetos que estão realmente dando frutos. Por exemplo, se uma determinada iniciativa demonstrar resultados a erradicar uma doença numa área específica, vale a pena continuar. Mas a Fundação Gates usa OKR também para não perder o foco. 

Imagine, por exemplo, que estamos falando de vacinar todas as crianças. Inicialmente, a Fundação perguntava-se “se tinha conseguido erradicar a doença”, o que não era exequível, ou se era “suficiente ter aumentado o número de pessoas vacinadas”. Hoje em dia, o key result é vacinar 80 a 90% da comunidade – nem dar-se por satisfeito com pouco, nem ter um objetivo impossível de alcançar. 

Ao contrário do que acontece numa empresa, em que é possível medir a quota de mercado ou o aumento de faturamento, com as missões humanitárias acompanhar o progresso é mais difícil. É preciso escolher as métricas corretas para você se certificar que está realmente  atingindo o alvo. 

Novamente, Patti Stonesifer dá um bom exemplo. Imagine que a Fundação promovia o uso de uma espécie de mandioca modificada por ser mais produtiva ou nutritiva num determinado país. Mas o que é que acontece se essa mandioca demorar quatro vezes mais a cozer à noite? Ninguém a consome, e o objetivo de nutrir a população não está sendo cumprido de verdade. 

 

Caso de Estudo: como a Fundação Gates usa OKR 

Vejamos agora um breve caso de estudo real sobre como a Fundação Gates usa OKR nas suas iniciativas. Neste caso, trata-se do projeto da Fundação para erradicar a malária, em uma campanha conjunta com o governo Britânico com um orçamento de 4.3$ billões de dólares. 

Com base em estudos e dados empíricos, a fundação entendeu que a campanha deveria ser abrangente, não se podia limitar apenas à vacinação – também é preciso sensibilizar a sociedade civil para a necessidade de combater este mosquito, especialmente os portadores de vírus resistentes à medicação atual. 

Objetivo: erradicar a malária até 2040. 

Key results: 

  1. Provar à opinião pública que uma abordagem à base de uma cura pode levar à erradicação regional. 
  2. Preparar para a expansão do projeto com as ferramentas necessárias para o diagnóstico. 
  3. Manter o progresso global para assegurar que o ambiente é sensível à temática.

O objetivo não é simples, mas a Fundação Gates está disposta a tentar – com a ajuda dos OKR, claro. Aqui fica um excelente exemplo de como OKR pode ajudar na gestão de projetos, quer se trate do mundo empresarial ou de tornar o nosso próprio mundo melhor para todos. 

 

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