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Gestão de mudanças, ameaça ou desafio dos GPs?

“Vivemos um momento da história humana, onde o que muda é a velocidade com que as mudanças estão acontecendo” (Gonçalves, 2012).

Por Maria Angélica Castellani

O processo de transformação das organizações é cada vez mais frequente. Mudanças acontecem por: influências de agentes internos e externos, evolução tecnológica, melhoria de processos, novos processos, fusões e aquisições, dentre outras. Resulta um mal necessário para as corporações se manterem no mercado. Ou seja, a mudança é algo inevitável.

Outra realidade, totalmente antagônica, é que as pessoas são resistentes as mudanças por natureza. O ser humano é assim.

Se adicionamos, também, neste contexto, que uma das características de qualquer projeto é ser um agente de mudanças, temos a trilogia perfeita para o caos acontecer se não são tomadas as ações correspondentes para evitar esse possível caminho de insucesso na implantação de mudanças nas organizações.

Assim, pode acontecer que o gerente de projetos que realizou o máximo esforço para gerenciar bem as variáveis hard do seu projeto, como escopo, custo, prazo, riscos, utilizando as melhores ferramentas disponíveis, na hora da implantação pode chegar a se perguntar:

Quem colocou essas pessoas no meu caminho? . . .

E o pior, não achar as respostas satisfatórias para resolver seu problema.

De novo as pessoas!!” 

Se as pessoas falassem que estão perturbadas, desconfortadas ou incomodadas com a alteração da sua rotina, seria muito mais fácil, o problema é que dificilmente falam!

Como as pessoas manifestam essa desconformidade?

Nos aspectos comportamentais, no relacionamento interpessoal, no estresse, na falta de motivação, de entusiasmo e produtividade. São barreiras como forma de proteção originada pelos medos e pela insegurança.

Infelizmente não temos um guia de como lidar com pessoas resistentes à mudanças, pois cada caso é um caso. O sucesso da gestão de projetos estará nas habilidades soft do perfil do Gerente de Projeto. Habilidades que permitam detectar, atender e resolver os medos, a insegurança, e desenvolver um plano de ações para mitigar os riscos potenciais no momento da implantação do seu projeto.

O PM.Survey.org é uma pesquisa anual organizada voluntariamente por chapters do PMI, e conta com a participação de centenas de organizações de diferentes países. Na pesquisa publicada em 2011, registraram os seguintes resultados:

  • Principais habilidades necessárias e valorizadas ao gerenciar projetos nas organizações:

Fig-1-Post

  • Principais deficiências dos Gerentes de Projetos nas organizações:

Fig-2-post

  • Problemas mais frequentes em Projetos:

Fig-3-Post

entre as mais importantes.

Vemos claramente que os problemas de habilidades soft lideram a origem da maioria dos problemas nas organizações participantes da pesquisa.

  • Aspectos considerados na metodologia de Gerenciamento de Projetos:

Fig-4-Post

Ou seja, a comunicação, os recursos humanos e a integração não estão entre os principais aspectos considerados importantes, na maioria das organizações, na metodologia de Gerenciamento de Projetos.

Isso demonstra que muitas organizações ainda não estão dando o devido valor ao fator humano e as consequências estão registradas claramente nos resultados obtidos nas mesmas estatísticas. e de 2011 até hoje, não é muito diferente.

O gerente de projetos, cada vez mais, está obrigado a realizar a gestão das pessoas para a implantação das mudanças dos seus projetos e atingir o sucesso esperado.

“Vivemos um momento da história humana, onde o que muda é a velocidade com que as mudanças estão acontecendo” (Gonçalves, 2012).

Como será possível enfrentar e vencer este antagonismo nas organizações?

A minha sugestão é pensar nas pessoas desde o início do projeto. O planejamento inicial deve começar pela análise dos valores e benefícios que o projeto aportará, de um estudo exaustivo dos stakeholders e seus interesses, e, principalmente, do mapeamento do impacto dos primeiros nas expectativas dos segundos. Toda a estratégia da gestão integrada deve estar considerada no plano de comunicação do projeto e em um plano adicional a gestão de mudança.

Caberá ao Gerente de Projetos desenvolver as habilidades necessárias para obter os resultados que precisa. Você ainda não pensou nisso?

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Sobre o Autor: 

Maria-Angelica-CastellaniMaria Angélica Castellani, PMP, CSM, CSD. Formada em Computação Científica pela Universidade Nacional de La Plata, Argentina, com MBA em Gerenciamento de Projetos e MBA em Negócios Internacionais, ambas pela FGV. Especialista em Change Management e em Gestão Estratégica do Conhecimento. Atua há mais de 20 anos em gerenciamento de projetos, melhoria de processos e implantação de PMO. É sócia diretora da empresa FIXE Consulting & Training desde 1999. Palestrante nacional e internacional (Mercosul). Professora de Gestão de Projetos em várias Instituições. Gerente Voluntária do Programa da Revista Eletrônica do PMI-SP (e-news), desde 2008. Co-autora do Livro Gestão de Projetos: Teoria, Prática e Tendências da Editora Elsevier, publicado em outubro de 2014.

 

 

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