Por Paulo Mei
Olá amigos, hoje quero trazer para vocês um resumo da principal palestra do terceiro dia desse importante evento realizado pelo PMI de São Paulo entre os dias 09 e 11 de novembro de 2015.
Nesse dia o destaque foi Karen Smits com a palestra O Desafio da Cultura no Gerenciamento de Projetos, que abordou os ambientes de intensas relações interculturais.
Karen Smits é uma especialista internacional em Antropologia Organizacional. Seu Ph.D. sobre Práticas de Colaboração no Programa de Expansão do Canal do Panamá recebeu muita atenção no mundo do gerenciamento de projetos. Esta pesquisa mostra o lado das pessoas no gerenciamento de projetos e revela como os participantes devem lidar com a complexidade cultural no trabalho. Em 2013, Karen recebeu o Highly Commended Paper Award da rede Emerald Literati. Ela apresentou seu trabalho em inúmeras conferências internacionais e é palestrante frequente em eventos relacionados ao Gerenciamento de Projetos.
Em sua palestra Karen enfatizou que os aspectos culturais envolvem mais do que língua, vestimenta ou hábitos, pois trata das emoções e de como elas são expressas. É mais do que nacionalidade e possui várias camadas como cultura organizacional, profissional, de um time etc. sendo que em nossas vidas usamos vários chapéus de diferentes camadas culturais.
Segundo ela, existe consenso de que cultura é:
- Um conjunto de pressuposições compartilhadas
- É adaptativa ou tem sido até então
- É passada de geração para geração pelo aprendizado e não por herança genética
Continuando, nos relacionamentos Inter-organizacionais há níveis de colaboração com diferentes níveis de intensidade como apresentado a seguir:
- Cooperação: com compartilhamento de informações e baixo nível de risco. Normalmente obtida pela colaboração voluntária e produz relacionamentos fragmentados. Visa atingir os próprios objetivos.
- Coordenação: com alinhamento de atividades em um planejamento conjunto, compartilhando riscos. Resulta de conexões e relacionamentos formais. Visa o gerenciamento das atividades para alcançar resultados.
- Colaboração: com compartilhamento de recursos e conhecimentos e alta exposição ao risco. É resultado de uma forte e intensa relação através da qual se constrói confiança para se atingir objetivos compartilhados.
Para o desenvolvimento dos relacionamentos e obtenção de melhores resultados, Karen citou a 6 principais práticas de colaboração que provocam desde uma colaboração reduzida até o mais alto engajamento.
- Condições conflitantes: Ignorar hábitos e práticas culturais.
- Atuar como submarino: ditando o comportamento tradicional
- Buscar consentimento: procurando por uma base comum
- Contar histórias: usando histórias de vida para se conectar
- Construir conexões: entendendo a necessidade de colaboração
- Obter sinergia: Aprendendo e se adaptar às práticas culturais
Com essas práticas Karen criou o modelo Collabyrinth:
Em sua mensagem final Karen enfatizou que a colaboração intercultural é a chave para o sucesso no gerenciamento de projetos, que é importante reconhecer as práticas de colaboração, e que há a necessidade de uma séria atenção às questões culturais.
Como lição aprendida Karen disse:
“Quando focamos em alguma coisa, essa será a única coisa que veremos. Tenha certeza de olhar mais longe”.
Bons Projetos!
Até a próxima!
Sobre o autor
Paulo Mei, MBA, PMP. Consultor, instrutor e professor em gestão de projetos e portfólios, além de membro da diretoria do PMI de São Paulo atuando no Conselho de Governança. Graduado em Administração de Empresas com ênfase em finanças, MBA pela FAAP e mestrando em Empreendedorismo pela FEA/USP. Foi responsável nos últimos vinte anos por grandes projetos no Brasil e no exterior (projetos offshore) e pela implantação de Escritórios de Projetos para empresas de vários segmentos.
É autor dos livros Gerenciamento da Integração em Projetos (Elsevier; 2013) e PM Mind Map® – A gestão descomplicada de projetos (Brasport; 2015).
Contato: paulomei@paulomei.com.br ou contato@pmmindmap.com.br
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