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Porque ser ágil vale a pena

Quando os clientes percebem que suas expectativas não estão sendo atendidas, ou recebem menos do que o esperado, algo precisa ser feito. O primeiro passo para conseguir isso é mudar a forma de pensar. E o segundo passo é entender que a mudança de filosofia de trabalho, para ser bem-sucedida, deve acontecer tanto de cima para baixo, quanto de baixo para cima dentro da organização.

Por Maria Angélica Castellani

Muitas empresas de desenvolvimento de software ainda estão tentando se tornar mais ágeis. Já é sabido que equipes ágeis de sucesso estão gerando significativos ganhos em produtividade, com a consequente redução de custos, com qualidade e atendendo as necessidades dos clientes.

As equipes preparadas estão visualizando muito melhor o processo de desenvolvimento, o que leva para uma maior previsibilidade. Para elas, os projetos fora de controle e sem previsão  de finalização são coisas do passado.

Quando os clientes percebem que suas expectativas não estão sendo atendidas, ou recebem menos do que o esperado, algo precisa ser feito. O primeiro passo para conseguir isso é mudar a forma de pensar.  E o segundo passo é entender que a mudança de filosofia de trabalho, para ser bem-sucedida, deve acontecer tanto de cima para baixo, quanto de baixo para cima dentro da organização.

Embora algumas dificuldades que possam acontecer na transição para uma filosofia de trabalho ágil, especificamente aplicando Scrum, realmente vale a pena.

Conforme Mike Cohn, 2011, existem várias pesquisas e estudos que evidenciam essa afirmação. Um deles realizado por Michael Mah, 2008, coletou métricas de produtividade e qualidade, entre outras, sobre projetos há mais de 15 anos.  David Rico, Ph.D analisou 51 estudos publicados de projetos ágeis em 2008. E uma pesquisa On-line com mais de 3.000 pessoas conduzida pela empresa VersionOne (2008) e outra com 642 pessoas conduzida pelo Dr. Dobb’s Journal (Ambler, 2008) encontraram um conjunto de motivos que justificam a transição das empresas desenvolvedoras de software para um processo ágil com Scrum.

Apresentamos aqui esses motivos e um breve comentário sobre cada um deles:

Maior produtividade e menores custos

Não existe uma forma padrão de calcular o índice de produtividade. São utilizados como referência dessa produtividade diferentes métodos, sendo alguns, o número de linhas de código, o número de pontos de função distribuídos ou simplesmente, o número de recursos distribuídos ignorando-se aqui alguns outros fatores. Também, em alguns casos para calcular esse índice são considerados o esforço, o prazo, a dificuldade técnica, etc que permitam aportar valor às comparações entre diferentes equipes.

Como resultado das pesquisas realizadas por Mah, determinou que os projetos ágeis são 16% mais produtivos, valor que ele considerou estatisticamente importante.

Em suas pesquisas, David Rico, encontrou que o aumento médio na produtividade era de 88% e a economia média nos custos era de 26%. Isso demonstra que as equipes ágeis são mais produtivas, e que significa também uma redução de custos.

Cohn afirma que um benefício significativo não revelado nestas estatísticas, é que os times ágeis tem menos possibilidades de desenvolver funcionalidades que não sejam mais necessárias na sua implantação. Isso é possível devido ao feedback frequente, aos sprints definidos dentro de um time-box, à possibilidade de priorizar novamente a cada Sprint, o que permite que uma equipe Scrum trabalhe focada nas funcionalidades que o usuário realmente precisa. Eu particularmente considero isso a chave fundamental de sucesso no processo Scrum.

Maior engajamento e satisfação no trabalho da equipe

O fato dos funcionários gostarem mais do seu trabalho contribui para o aumento da produtividade, favorece o compromisso com os resultados, o que significará em maiores benefícios organizacionais.

Sabe porque eles gostam mais? Entre os motivos estão o ritmo constante promovido pelos processos de desenvolvimento ágil, poder ter um maior controle  sobre sua atividade diária, ver os resultados serem utilizados mais rapidamente, atuar mais próximo dos colaboradores, criar produtos com maior probabilidade de atender as expectativas dos clientes e usuários e a diminuição significativa de horas extras.

Favorece o Time-to-market

Existem dois motivos fundamentais para obter um time-to-market mais rápido. Sendo melhor a produtividade da equipe ágil, favorece o rápido desenvolvimento de funcionalidades, e o segundo é a geração de versões incrementais. Isso mostra aos stakeholders que se um time ágil consegue entregar um produto “pronto”, funcionando a cada sprint, não é necessário esperar todas as funcionalidades em uma grande versão final.

Maior qualidade

Nas pesquisas já mencionadas foi confirmado que existe uma melhoria mínima na qualidade de 10% e uma melhoria média de 63%.

Isso acontece pois o processo ágil em si, permite a produção com maior qualidade, em ritmo constante, sem erros sem resolver que podem desanimar aos membros da equipe. O que também favorece o aumento da qualidade são as técnicas aplicadas, como a programação em pares, a refatoração, testes antecipados e automatizados e a integração contínua.

Maior satisfação dos Stakeholders

Como consequência dos benefícios comentados, logicamente que os stakeholders se sentirão melhor atendidos, aumentando a sua satisfação.

O fato adicional é a flexibilidade, permitir a mudança de prioridades sem estresse, o que leva a obter mais visibilidade do projeto, melhor alinhamento dos objetivos de TI e do negócio, gerando menos riscos no projeto.

O Cohn comenta que o Steve Greene, vice-presidente da Salesforce.com foi  stakeholder de várias equipes ágeis da empresa e disse:

           O agile possibilitou visibilidade total, transparência total e uma produtividade inacreditável . . .
           uma vitória completa.

Conclusões

Se o que está fazendo na sua empresa relacionado com desenvolvimento de software, não funciona mais, precisa analisar e pensar olhando o futuro. Quebre paradigmas de formas de trabalho do passado e abrace a necessidade de mudança. Reconhecer esta situação já é um primeiro passo dado. A partir daqui, defina um plano de mudança para abordagem ágil, defina a capacitação necessária, procure profissionais experientes e principalmente não tenha medo dos desafios que vem pela frente, tenho certeza que no final será mais um stakeholder totalmente satisfeito.

Fonte:

Cohn, Mike, 2011. Desenvolvimento de software com Scrum. Aplicando Métodos Ágeis com sucesso.  

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Sobre o autor

Maria Angélica Castellani, PMP, CSM, CSD

Maria-Angelica-CastellaniFormada em Computação Científica pela Universidade Nacional de La Plata, Argentina, com MBA em Gerenciamento de Projetos e MBA em Negócios Internacionais, ambas pela FGV. Especialista em Change Management e em Gestão Estratégica do Conhecimento. Atua há mais de 20 anos em gerenciamento de projetos, melhoria de processos e implantação de PMO. É sócia diretora da empresa FIXE Consulting & Training desde 1999. Palestrante nacional e internacional (Mercosul). Professora de Gestão de Projetos em várias Instituições. Gerente Voluntária do Programa da Revista Eletrônica do PMI-SP (e-news), desde 2008. Co-autora do Livro Gestão de Projetos: Teoria, Prática e Tendências da Editora Elsevier, 2014.

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